terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Igreja Católica tem postura "radical" contra aborto de anecéfalo, diz CNBB
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GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília
Em meio à expectativa sobre o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) do processo que permite às mulheres interromper a gravidez de fetos anencéfalos (sem cérebros), a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) se manifestou nesta quinta-feira contrária ao aborto de fetos com má-formação. O secretário-geral da entidade, dom Dimas Lara Barbosa, disse que a Igreja Católica se posiciona de forma "radical" contra o aborto de fetos anencéfalos na defesa da vida humana.
"Para nós, independentemente do estado de saúde, a vida humana sempre deve ser preservada. A Igreja se mostra radical. A defesa da vida humana tem que ser garantida apesar do que possa se desenvolver depois. Quem vai definir o limite com que uma pessoa pode ou não nascer?", questionou o bispo.
O presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, disse que o objetivo da Igreja Católica não é "impor à sociedade pluralista" seus dogmas, mas lutar constantemente pela defesa da vida. "Isso é inegociável. Mesmo curta, a vida humana deve ser preservada", afirmou.
Dom Dimas disse que, se o STF autorizar o aborto de fetos anencéfalos, vai abrir brechas para que a prática seja legalizada no país. "Estamos diante de uma porta que, se for aberta, ninguém garante o que vem pela frente. Só Deus é autor da vida, só a ele cabe determinar o seu início e fim."
O bispo argumenta que existem "níveis" distintos de má-formação fetal, o que permite a um recém-nascido anencéfalo sobreviver por alguns anos --o que não justificaria a interrupção da gravidez. Dom Dimas defende que o governo federal amplie sua política de saúde pública, especialmente de assistência às mulheres gestantes, para reduzir o índice de má formação fetal no país.
Sobrevivente
Em nota oficial divulgada pelo Conselho Episcopal da CNBB, os bispos citam o exemplo da menina Marcela de Jesus Ferreira, morta em agosto deste ano depois de viver por um ano e oito meses --mesmo com o diagnóstico de anencefalia. "Marcela é um exemplo claro de que uma criança, mesmo com tal malformação, é um ser humano e, como tal, merecedor de atenção e respeito", diz a nota.
A entidade dos bispos afirma, ainda, que a Constituição brasileira prevê o "direito a vida" a todos os cidadãos, sem a discriminação dos anencéfalos. Dom Dimas lembrou que, no passado, mulheres e judeus acabaram exterminados antes do nascimento em conseqüência de visões "preconceituosas" das sociedades da época --comportamento que se repete, na opinião do bispo, quando se impede o nascimento de crianças com má formação.

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