quarta-feira, 23 de abril de 2008

O MANGUE

O Brasil tem uma das maiores extensões de manguezais do mundo: desde o Cabo Orange no Amapá até o município de Laguna em Santa Catarina. Hoje em dia o manguezal ocupa uma superfície total de mais de 10.000 km² , a grande maioria na Costa Norte. O Estado de São Paulo tem mais de 240 km² de manguezal. No passado, a extensão dos manguezais brasileiros era muito maior: muitos portos, indústrias, loteamentos e rodovias costeiras foram desenvolvidos em áreas de manguezal. Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são muito ricos em espécies, porém, destacam-se pela grande abundância das populações que neles vivem. Por isso podem ser considerados um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil. Somente três árvores constituem as florestas de mangue: o mangue vermelho, o mangue seriba e o mangue branco. As árvores são acompanhadas por um pequeno número de outras plantas, tais como a samambaia do mangue, o hibisco e a gramínea Spartina. Ricas comunidades de algas crescem sobre as raízes aéreas das árvores, na faixa coberta pela maré. Pelo contrário, os troncos permanentementes expostos e as copas das árvores são pobres em plantas epífitas. Quanto à fauna, destacam-se as várias espécies de caranguejos, formando enormes populações nos fundos lodosos. Nos troncos submersos, vários animais filtradores, tais como as ostras, alimentam-se de partículas suspensas na água. A maioria dos caranguejos são ativos na maré baixa, enquanto os moluscos alimentam-se durante a maré alta. Uma grande variedade de peixes penetra nos manguezais na maré alta. Muitos dos peixes que constituem o estoque pesqueiro das águas costeiras dependem das fontes alimentares do manguezal, pelo menos na fase jovem. Diversas espécies de aves comedoras de peixes e de invertebrados marinhos nidificam nas árvores do manguezal. Alimentam-se especialmente na maré baixa, quando os fundos lodosos estão expostos. Os manguezais fornecem uma rica alimentação proteica para a população litorânea brasileira: a pesca artesanal de peixes, camarões, caranguejos e moluscos é, para os moradores do litoral, a principal fonte de subsistência. O manguezal foi sempre considerado um ambiente pouco atrativo e menosprezado, embora sua importância econômica e social seja muito grande. No passado, estas manifestações de aversão eram justificadas, pois a presença do mangue estava intimamente associada à febre amarela e à malária. Embora estas enfermidades já tenham sido controladas, a atitude negativa em relação a este ecossistema perdura em expressões populares onde a palavra mangue, infelizmente, adquiriu o sentido de desordem, sujeira ou local suspeito. A destruição gratuita, a poluição doméstica e química das águas, derramamentos de petróleo e aterros mal planejados, são os grandes inimigos do manguezal. No litoral sul, em barra de jangada há um lindo mangue que está ameaçado pela expansão metropolitana . Se não fizermos algo este será apenas mais uma lembrança de nosso litoral.

Por sancho ferreira

sábado, 12 de abril de 2008

OBRA NO PAIVA PODE PARAR

Obra no Paiva pode ser impedida

Postado no 4 Abril, 2008 de Redacao TP
Rodrigo MontenegroFolha de Pernambuco de 25/03/2008
A Associação de Defesa do Meio Ambiente de Jaboatão dos Guararapes entrou com uma ação, ontem, no Ministério Público Estadual, para embargar a obra do Pólo Turístico Praia do Paiva. Segundo o presidente da entidade, Manuel Tabosa Júnior, falta uma estudo de impacto ambiental, já que a obra está situada no encontro do rio Jaboatão com a Ilha do Amor. O Projeto Pólo Turístico Praia do Paiva é resultado de uma parceria público-privada (PPP) estabelecida entre o governo do Estado e a iniciativa privada, que receberá um investimento de R$ 1,6 bilhão.
“Estamos acionando a Procuradoria do Meio Ambiente de Jaboatão dos Guararapes para que obriguem a realização dessa avaliação ambiental. Além disso, também queremos que todos os pescadores e as comunidades locais sejam ouvidas”, ressaltou. Conforme a associação, cerca 800 famílias de pescadores da colônia de Barra de Jangada vivem do pescado da área de proteção.
Entretanto, em outubro de 2007, Agência Estadual de Recursos Hídricos (CPRH) concedeu licença de instalação do acesso viário à Reserva do Paiva. Quando pronta, a obra terá uma ponte de 320 metros de extensão sobre o rio Jaboatão, ligando Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, à Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, e uma via de 6,2 quilômetros de extensão.
“Sei que um estudo de impacto ambiental foi feito pelo lado do Cabo de Santo Agostinho. Mas vamos verificar a situação da obra em relação a Jaboatão”, afirmou o promotor Flávio Falcão.